É melhor investir na Bolsa de Valores ou em energia solar?

A consciência da importância de investir dinheiro é um dos muitos reflexos que a pandemia trouxe para a sociedade. Depois das questões sanitárias e de saúde, a preocupação financeira é uma das mais latentes entre os brasileiros, que viram o seu poder de compra diminuir em razão do aumento da inflação e dos preços, seja no mercado ou na conta de luz.

Diante deste cenário, muitas famílias se viram obrigadas a colocar as contas na ponta do lápis, equilibrar entradas e despesas e, com isso, buscar novas formas de investimento na tentativa de fazer o dinheiro render mais.

A Bolsa de Valores, por exemplo, nunca registrou tantos investidores ativos como nos dias de hoje. Por outro lado, muitos brasileiros, mais conservadores, passaram a apostar em investimentos onde o risco é menor, mas o rendimento anual tende a ser menos vantajoso, como na Poupança e no Tesouro Direto.

No entanto, a dúvida que fica é: será que esses investimentos, sejam eles pós-fixados à inflação ou na Bolsa de Valores, garantem um retorno financeiro maior do que se fossem aplicados na instalação de um sistema fotovoltaico residencial?

Para responder essa pergunta, o engenheiro eletricista e professor do Canal Solar, Mateus Vinturini, calculou diferentes cenários, nos quais o investidor aplica um montante de R$ 20 mil com perspectivas de retirada do dinheiro acumulado no final de 2044.

No primeiro deles, os R$ 20 mil foram colocados poupança, sob uma taxa anual da ordem de 5%. Ao final de 2044, o ganho acumulado seria de R$ R$ 58,5 mil. No Tesouro Direto, o mesmo investimento fica bem mais vantajoso, com um rendimento de R$ 162,8 mil, a uma taxa de 10% ao ano.

No caso dos investimentos em papéis da Bolsa de Valores, o cálculo levou em consideração a taxa média de rendimento das ações brasileiras nos últimos 5 anos, de 12% ao ano. Se o investidor mantiver essa média, lucrará cerca de 242 mil até o final de 2044.

Já para o investimento feito em um sistema solar residencial de 5 kWp de potência instalada, Vinturini considerou, para compor a sua base de cálculo, um aumento na tarifa de energia da ordem de 7% e uma taxa de degradação anual do sistema de 0,99%.

Ressaltando que o professor considerou as regras atuais em vigor, sem as atualizações propostas pelo Marco Legal da GD e que começam a valer a partir de 6 de janeiro de 2023. Somando tudo isso, chega-se à conclusão que os consumidores garantem uma economia de cerca de R$ 259,8 mil até o final de 2044 com a instalação de placas solares em suas residências.

Ou seja, pelos cálculos apresentados, a energia solar acaba sendo um investimento que traz rendimentos superiores quando comparado às aplicações pós-fixadas e também em relação ao rendimento médio anual da Bolsa, que, por sinal, é mais volátil e arriscado.

Como fica o rendimento acumulado das aplicações de R$ 20 mil com o passar do anos:

Conta de luz

A conta de luz no Brasil subiu mais do que o dobro da inflação desde 2015, segundo dados da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia) divulgados no começo da semana pelo Jornal Estado de S. Paulo.

Os números apontam que a tarifa residencial dos brasileiros acumula alta de 114% nos últimos seis anos, uma diferença de 137% em relação ao crescimento de 48% da inflação no mesmo período.

De 2015 a 2021, o custo da energia elétrica subiu, em média, 16,3% ao ano, enquanto que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, variou na casa dos 6,7% ao ano. Para 2022, novos aumentos na conta de luz já estão previstos.

O reajuste que documentos oficiais do Governo Federal e do próprio setor elétrico preveem para o ano é superior a 21%, uma alta que vai turbinar ainda mais a inflação e corroer a renda do cidadão.

Fonte Canal Solar

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